22 de mar. de 2011

A busca pelo ouro azul










Reportagem
  
edição 90 - Abril 2011( Site historia Viva)
A busca pelo ouro azul
A domesticação da água foi decisiva para o surgimento das primeiras civilizações. Por séculos, os homens desenvolveram técnicas para controlar o recurso que pode detonar as grandes guerras do século XXI
por Christophe Courau
(C) Astromujoff / Getty Images
O delta do Nilo: o maior rio africano foi a chave para o desenvolvimento pioneiro do Egito
A busca pela água é uma das mais antigas atividades humanas. Ao longo dos séculos, os homens desenvolveram técnicas cada vez mais sofisticadas para controlar cursos fluviais e armazenar seu conteúdo, chegando a guerrear por eles. A abundância do líquido é também um dos fatores responsáveis pelo nascimento das grandes civilizações antigas.

Uma das primeiras etapas na história da domesticação da água foi o surgimento da agricultura, o que levou ao desenvolvimento das técnicas de irrigação. De acordo com os indícios arqueológicos, as primeiras sociedades que transferiram a água dos rios para suas lavouras foram a babilônica, no atual Iraque, e a egípcia. Esta última foi responsável também por construir, no Nilo, as primeiras barragens conhecidas, inventando o que hoje chamamos de hidrologia.

Os antigos tiveram de criar também uma maneira de levar água às plantações que estavam acima do nível dos rios e canais. Os mesopotâmicos foram os pioneiros, criando o chadouf, sistema de alavanca e contrapeso que elevava alguns metros cúbicos de água por hora. O invento foi sucedido pela nória, uma roda vertical com copos que alimentavam uma canaleta, responsável por transportar o líquido até as lavouras.

Outra preocupação do período foi o excesso de água. Os mesopotâmicos novamente saíram na frente e inventaram o primeiro sistema de drenagem da história: um pequeno declive que levava o excedente do líquido para um fosso de coleta na parte mais baixa do terreno. Graças a essas técnicas criadas na Idade do Bronze, as superfícies cultiváveis se multiplicaram.
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Christophe Courau é historiador e jornalista.





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